Sergio's Printed Words

WebLog Experience – notes about Digital World

Posts Tagged ‘capitalismo

Durma-se com um barulho desses…

leave a comment »

 

Deputando

Ou da série: Por isso que esse país é uma piada.

 

Um grupo cada vez maior repensa e revoluciona as relações de trabalho em um mundo altamente interligado e de acessos globais, onde horários passam a ser regidos por referência GMT.

Abnegados avaliam e desenvolvem modelos funcionais e estabelecem novos meios de relações trabalhistas visando modernizar e minimizar os impactos que a alta tecnologia de comunicação provoca nos processos produtivos, de consumo e de lazer.

Quando o país véio-de-guerra aqui finalmente se candidata a ser um global player merecedor de participar das mesas das grandes economias vem um deputadozinho – mas empossado com um poder representativo fiadamãe de importante – e com a pequenez típica dos populistas e oportunistas da fauna política lota meu email com o seguinte spam:

Em 2003, propus à Câmara um projeto de lei que antecipa para a segunda‐feira a comemoração dos feriados da semana (PL 2756/03). A proposta acaba de ser aprovada na Casa e agora segue para o Senado Federal. Apresentei essa sugestão porque é boa para os trabalhadores, para as empresas e para a economia do País. Primeiro, quero explicar o projeto.

Ele traz para a segunda‐feira alguns dos feriados que caem no meio da semana, de terça a sexta‐feira. A proposta não mexe com as datas tradicionais, como Dia da Paz Universal (1º de janeiro), a Terça‐Feira de Carnaval, a Sexta‐feira Santa, a Independência do Brasil (7 de setembro) e o Natal (25 de dezembro). Esses são especiais e serão guardados no dia da semana em que caírem. A intenção é que os trabalhadores possam se planejar melhor para aproveitar o feriado prolongado. Dou como exemplo, o planejamento da viagem em família, porque tanto os trabalhadores quanto os estudantes terão o sábado, o domingo e a segunda‐feira para descansar. Para as empresas, a medida é importante porque não interrompe a produção semanal.

Quando o feriado cai na terça‐feira, por exemplo, alguns setores emendam e outros não. Isso é muito ruim para o ritmo da nossa economia e para o próprio trabalhador. É importante lembrar que será mudada apenas a comemoração do feriado. A data continua a mesma, com sua importância e seu significado. Se o dia 21 de abril cair na quarta‐feira, por exemplo, ele continua sendo Dia de Tiradentes. Apenas o feriado é que será guardado na segunda‐feira. Muita gente me pergunta sobre as semanas com dois feriados. Neste caso, um feriado fica automaticamente transferido para a segunda‐feira da semana seguinte.

Penso que essa medida beneficiará a grande massa de trabalhadores brasileiros e, também, contribuirá para fortalecer a economia brasileira, que precisa crescer para gerar cada vez mais empregos para nossas famílias.

Agradeço sua atenç ão que muito me honra.

Clique em Descadastre-se caso não queira receber mais e-mails e desculpe-nos pelo eventual transtorno.

A estupidez da proposta beira as raias do absurdo. Alguns comentários:

Boa para os trabalhadores e para economia do país? Hummm… se você recebe o mesmo para produzir menos, se o país gasta mais para produzir menos, isso é bom?! Minha lógica indica o contrário.

O argumento do PL prossegue com uma premissa bem tupiniquim: há feriados de 1ª e de 2ª classes. Afinal FERIADOS maiúsculos são “imexíveis”, enquanto que os menorzinhos a gente pode fazer o que quiser…

Se ocorre um feriado no meio da semana (os de 2ª classe, pois lembre-se os de 1ª tão fora da proposta do Exmo. Deputado) e a justificativa é de que ele interrompe o processo produtivo, quebrando os ritmos da economia e da vida, qual a razão de colocá-lo na 2ª? Porque não o coloca no DOMINGO!!! Se é para “manter o ritmo do processo produtivo, se é para contribuir com o fortalecimento da economia, que precisa crescer e gerar mais empregos” BOTA A TURMA P’RA TRABALHAR! Cáspite!

Posted via web from Impressões Digitais

Written by sergiovds

novembro 19, 2009 at 14:39

Muro do arrimo ideológico

leave a comment »

Há 20 anos (para mim “apenas”, para muitos de vocês “quase uma vida inteira”) sucumbia às porradas, picaretadas ou qualquer outra ferramenta o símbolo concreto de um preceito de duas ideologias antagônicas: O Muro de Berlim (em alemão deve ser um nome pomposo do tipo Berlinetzchfurschöelgüentten – que decepção, vi agora que é só Berliner Mauer).

No auge da Guerra Fria (ou do Medo como alguns a chamavam, pois bastava um doido apertar o botão e tudo certamente iria virar pó radioativo), em março de 1963, logo após a Crise dos Misseis (out/62), foi delimitada uma faixa de terra que corria por parte de Berlim, colocando de um lado os setores controlados pelos aliados e do outro o setor controlado pelos soviéticos.

O que era para ser um bloqueio para controle de acesso para ambos os lados passou a simbolizar o embate ideológico do século 20.

De um lado o Capitalismo do outro o Comunismo. Nem vou entrar na discussão sobre o socialismo e suas variações. Na defesa do status quo só havia dois lados: capitalista ou comunista. 

Essa aberração enraizou de tal modo nas cabeças da massa que até hoje sentimos os efeitos desta falácia, da farsa do poder. O maniqueismo tanto de direita, como de esquerda nunca “deu a menor pelota” para o viés histórico e civilizatório do embate ideológico. O negócio sempre foi o poder pelo poder, foi o de locupletação e domínio das engrenagens financeiras de cada bloco (como diria o Sarney: é u pudê, só u pudê!).

As ideologias estavam podres, assim como o seu símbolo físico, o Muro. Bastou que um monte de gente ameaçasse fazer uma zona em um check point, uma ordem mal interpretada e uma certa letargia oriunda da Glasnost (tá bom, e o bom senso de um burocrata que impediu o uso de armas de fogo), ou seja um pontapé para que ele caísse e assim desmascarasse ambas ideologias.

O socialismo soviético (e junto com ele os europeu) evaporou em poucos anos, o socialismo cubano transformou-se em um museu a céu aberto, e o socialismo chinês – a ferro, fogo e algumas centenas de milhões de burocratas – foi delicadamente adormecido sob uma economia de mercado para lá de controlada.

Por fim, o capitalismo taí, cambaleante por falta de algo melhor, causando sustos e falências colossais a cada década (se bem que nesse sistema, sempre que alguém se ferra um outro se dá bem, né?!).


 

Posted via web from Impressões Digitais

Written by sergiovds

novembro 9, 2009 at 21:04